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Arquitetos: Stemmer Rodrigues Arquitetura
- Área: 726 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Marcelo Donadussi
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Fabricantes: Badenbox, Belas Artes, Scheid, VEKA
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto parte da árvore figueira, colocando-a em evidência e respeitando sua pré-existência no terreno. As raízes da árvore foram preservadas em sua integridade, deslocando as fundações da construção para a lateral em uma área de impacto mínimo. A composição da fachada principal é uma sintonia de contrastes entre a rigidez do concreto, a figueira que dá nome a casa e a grande rocha que simula o apoio do volume, homenageando um forte elemento da paisagem regional.
Em contraste com a robustez do bloco superior, a leveza do vão livre no nível do pedestre proporciona a transparência necessária para contemplação do cenário. A fachada voltada para a rua serve como bloqueio do vento sul. A insolação e vista ficam, portanto, voltadas para o sentido oposto, ao norte, maximizando o contato com a água do canal, a eficiência energética e privacidade. Isso resultou em uma fachada limpa, preservando a integridade do volume.
O vento sul minuano, normalmente de temperaturas muito baixas, é repelido pela fachada frontal aumentando o conforto térmico. O vento norte é ameno e ventila a parte interna da casa. No térreo e segundo pavimento foram instaladas clarabóias móveis motorizadas, que além de iluminar cumprem a função de exaustão do ar quente nos dias de verão, succionando o ar quente para fora da casa e diminuindo a amplitude térmica. O bloco de concreto do nível superior abriga a área íntima, voltada integralmente para o norte. No andar inferior, um volume longitudinal em aço corten e vidro projeta a área social em direção à água, a grande atração do local.
Sobre esta área, o terraço integra-se aos dormitórios como um ambiente de intimidade familiar e relaxamento, com vista para o horizonte de Porto Alegre. Seu revestimento externo valoriza a madeira ipê. As pedras são matacões e seu formato bruto é original, moldado pela natureza a partir de erosões naturais em explosões do processo de mineração. Foram trazidas de Mariana Pimentel/RS e a colocação amarelada foi determinante para contrastar com o cinza do concreto. Ao lado da área social, na área externa, um deck reservado se prolonga sob a pérgola em aço corten, ampliando o espaço da área íntima da família com um privilegiado espaço para tomar sol ou apreciar a natureza.
A edícula foi pensada como um zona de lazer e de contemplação à casa principal, ladeada por pedra costaneira e granito icaraí. Projetado meio lance abaixo no terreno, não compromete a vista do terraço dos dormitórios e integra-se à natureza. Opta-se por uma piscina escura, mimetizando-a na paisagem. Internamente, o concreto também mantém sua presença em duas paredes curvas que invadem a casa, abrigando o banheiro da piscina e a brinquedoteca. Também o lavabo está contido em uma elipse de concreto que contrasta com o plano vermelho, ocultando a zona de serviço. O piso do hall em madeira estende-se pela escadaria e cria uma atmosfera quente e acolhedora, destacando-se como ponto focal um nível acima do living.